Filosofia
e Ciência Clássica
A Filosofia clássica foi o
berço das demais ciências, foi quando o homem, em sua essência, alma e corpo,
começou a se desmistificar da mitologia comum, buscando encontrar as respostas
para as questões da vida e do mundo. Nesse momento, as explicações divinas
estavam a cair por terra, pois já não atendiam aos anseios das pessoas, os
homend pediam licença para a Razão Humana.
A Filosofia Clássica começa no Séc. VI a.C e
se firma até o surgimento da era cristã. É dividida em três períodos:
Período pré-socrático (Séc. VI-V a.C) -
Problemas cosmológicos. Período Naturalista: pré-socrático, em
que o interesse filosófico é voltado para o mundo da natureza; nesse período se
desenvolveram quatro escolas: Escola Jônica; Escola Pitagórica; Escola
Eleática; Escola Atomística.
Período socrático (séc. IV a.C) - Problemas metafísicos. Período
Sistemático ou Antropológico: o período mais importante da história do
pensamento grego (Sócrates, Platão, Aristóteles), em que o interesse pela
natureza é integrado com o interesse pelo espírito e são construídos os maiores
sistemas filosóficos, culminando com Aristóteles;
Período pós-socrático ou Helenismo (séc.
IV a.C – início da era cristã) - Problemas morais. Período Ético:
em que o interesse filosófico é voltado para os problemas morais, decaindo
entretanto a metafísica.
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Filosofia e Ciência Moderna
A Ciência Moderna, isto é,
a ciência que conseguiu articular o método de observação e experimentação com o
uso de instrumentos técnicos (sobretudo o telescópio e o microscópio), começou
a se desenvolver, propriamente, na Europa do século XVI. O nascimento dessa
ciência nova é tido por muito historiadores como uma revolução, haja vista
que no mundo antigo e no mundo medieval as investigações sobre fenômenos
naturais (terrestres e celestes), organismos vivos, dentre outras coisas, não
se valiam do uso da técnica e não concebiam o universo como algo composto de
uma mesma matéria uniforme, suscetível à corrosão e à finitude.
O
universo, melhor dizendo, o mundo,
para os antigos e medievais, era um sistema fechado, com estrutura muito bem
definida e harmônica, grosso modo: um cosmos.
Havia, segundo a terminologia aristotélica, o mundo sublunar (abaixo das
esferas celestes e da Lua), isto é, terreno e finito – cheio de imperfeições, e
o mundo supralunar, cujos corpos celestes não poderiam ter as mesmas
imperfeições que os terrenos. Tal concepção foi absorvida pelos doutores da
Igreja Católica em uma complexa e muito fértil combinação da doutrina da
criação e investigação da natureza. Soma-se a essa combinação a perspectiva
cosmológica desenvolvida por Ptolomeu,
que concebia a Terra como sendo o centro desse cosmos harmônico.
Com
o chamado Renascimento
Cultural, que se deu em várias regiões da Europa entre os
séculos XIV e XVI, houve um intenso intercâmbio de conhecimento a respeito de
antigos tratados sobre astronomia e física, bem como o aperfeiçoamento de
instrumentos de navegação, como a luneta – que mais tarde constituiria a base
para a criação do telescópio, por
Galileu Galilei. No norte da Europa, na região das atuais
Polônia, Alemanha e Holanda e no sul, sobretudo na Itália – regiões que foram
palco do desenvolvimento comercial neste período, o Renascimento deitou raízes
em vários campos, princialmente o artístico e o científico.
O
astrônomo polonês Nicolau
Copérnico foi o primeiro a elaborar uma hipótese sobre o cosmos que se diferiu
radicalmente daquela de Ptolomeu, que vigorava até então. Essa hipótese era a
do Heliocentrismo,
cujo postulado compreendia que os planetas, incluindo a Terra, giravam em torno
da órbita do Sol. Partindo disso, o Sol poderia ser considerado o centro do
Universo. A hipótese de Copérnico seria confirma por outro astrônomo, o
italiano Galileu Galilei.
Estátua de Galileu (munido de seu telescópio) no Palácio de Uffizi, em Florença, Itália |
Galileu
foi o responsável pela criação
do telescópio, instrumento decisivo para observação dos corpos
celestes. Por meio do telescópio, Galileu pode perceber imperfeições na Lua e
em outros planetas, fato que acabou por contestar a antiga concepção de um cosmos fechado. O
historiador da ciência Alexandre Koyré compreende que a “destruição deste
cosmos fechado”, operada por Galileu,
Joahannes Kepler, Tycho Brahe, dentre outros cientistas,
inaugura uma nova cosmologia, ou uma nova forma de se conceber o mundo físico,
que, a partir do século XVII, passaria a ser a do universo infinito.
A
concepção de um universo infinito pressupunha uma linguagem nova. A matemática
seria essa nova linguagem. O mundo, segundo Galileu, poderia ser “lido”,
interpretado, através de caracteres geométricos. A matemática e a lógica
indutiva, mesclada com as concepções filosóficas do século XVII, notadamente o
racionalismo de René
Descartes e o empirismo dos filósofos ingleses, alinhavaram o
sistema científico moderno, cujo desenvolvimento se deu progressivamente até o
advento da Teoria da Relatividade de Einstein
e da Mecânica Quântica, de Heisenberg
e Bohn, na
primeira metade do século XX.
A Filosofia e Ciência Contemporânea
A filosofia contemporânea pode ser vista como resultado
da crise do pensamento moderno no século XIX. O questionamento ao projeto
moderno se faz nos termos de um ataque à centralidade atribuída à noção de
subjetividade nas tentativas de fundamentação do conhecimento empreendidas
pelas teorias racionalistas e empiristas. A linguagem surge então como
alternativa de explicação de nossa relação com a realidade enquanto relação de
significação. A questão sobre a natureza da linguagem, sobre como a linguagem
fala do real, torna-se um problema central na filosofia e em outras áreas do
saber na passagem do século XIX para o século XX.
Os variados ramos da filosofia surgidos nessa época
são a psicologia freudiana, a sociologia, a antropologia, a filosofia
analítica, o existencialismo e a lingüística estrutural. Essas abordagens têm
em comum o interesse pelo significado. Em que consiste? O que o torna possível?
Como funciona?
Alguns sentiram que estudar os impulsos
psicológicos era a melhor maneira de explicar como funciona o significado. Para
outros, era estudar a sociedade, a cultura, a linguagem, a lógica ou a
consciência. Várias abordagens diferentes começam a desenvolver seus termos e
técnicas para investigar o significado.
A simples existência dessas vertentes, muitas vezes
profundamente divergentes entre si, e nem sempre tendo raízes comuns, revela a
centralidade do interesse pela questão da linguagem no pensamento
contemporâneo. A análise da linguagem torna-se assim o caminho para o
tratamento não só de questões filosóficas, mas de questões dos vários campos
das ciências humanas e naturais no pensamento contemporâneo.
Quando falamos em crise da modernidade,
podemos apontar três grandes rupturas que transformaram profundamente as nossas
maneira de conceber o homem e o conhecimento:
- a revolução copernicana: ao retirar a Terra do centro do
universo, Copérnico abala as crenças tradicionais do homem da época que passa a
buscar um novo lugar seguro para superar a alteração da explicação tradicional;
- a revolução darwiniana: abala profundamente a crença na
superioridade humana, no homem como o “rei da criação”, na medida em que revela
o homem é apenas mais uma espécie natural dentre outras e que a espécie humana
resulta de um processo de evolução natural, tendo ancestrais comuns com o
macaco, portanto, não mais uma criação divina – o “rei da criação”.
- a revolução freudiana: a teoria psicanalítica de
Sigmund Freud e sua descoberta do inconsciente – o homem não se define pela sua
racionalidade, e sua mente não se caracteriza apenas pela consciência, mas ao
contrário, nosso comportamento é fortemente determinado por desejos e impulsos
de que não temos consciência e que reprimidos, não-realizados, permanecem
entretanto em nosso inconsciente e manifestam-se em nossos sonhos e em nosso
modo de agir.
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